Perfídia
Sinto que lá fora estão me olhando,
Observando cada passo,
Cada erro,
Cada oportunidade de queimarem esta savana.
Cortaria alguns pescoços pela minha segurança.
Laminaria algumas destas cerâmicas quebradas
Para servirem de arma branca
Nessa guerra espiritual e moral que eu criei
Neste Armagedon sou a meretriz,
Sou o Anticristo
Sou o falso profeta
Sou a trindade diabólica encarnada.
Vestir estes nomes talvez seja contundente
Com a imagem que já fizeram de mim
Não há nada que possa fazer para mudar
Já havia sido condenado nos primeiros segundos
Dessa revolução.
Carregar o peso do mundo nas costas dói,
Dói também não ter com quem dividi-lo.
Assim sigo,
No caminho, descalço, de terra e pedras.
Os pés sentem o peso do corpo,
Da língua,
Dos olhos,
E dos ouvidos.
Daquilo que não se diz.
Caindo, e levantando,
Às vezes perdendo parte da bagagem no caminho
Mas sem chance de recuperar.
Se logo a frente encontrar um lago,
Ou um rio, ou um córrego,
Temo esquecer tudo e me jogar,
Deixar que as águas, limpas ou não,
Levem tudo,
Simbolicamente,
Me fazendo renascer,
Quem sabe mais feliz,
Quem saber sem todo esse sofrimento.
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