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Foto do escritorMateus

kenaz


Nasci no anseio do caos,

Predisposto aos medos e riscos do meu próprio desejo.

Sou a fundação de todo risco e, por isso, sempre me atento.

Ao instinto inerente à própria carne, direciono as palavras que conspiro.

As quais fogem da verdade popular.

Sei que sou obra do acaso,

Sei que o acaso é obra de minha sorte.

Esta sorte que tem guiado meus caminhos.

Mas por ela hoje canto e agradeço,

Pois sem ela não seria

A criatura que se forma

Na ausência de refúgio.


No deserto da solidão,

Meus pés descalços e corpo despido,

Se aventuram na esperança do novo.

Não tão longe do Sol ardente,

Há de ver um oceano,

Suas águas tão profundas,

Quanto gélidas que devoram.


Na dualidade da existência,

Escolhi a amplitude.

Tal escolha que reflete,

Não só minha própria ambiguidade,

Quanto minha vontade de trazer

À vida todas minhas camadas.

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