Fragilidade
Saí do chuveiro, o corpo ainda molhado
Olhei para a janela e no mesmo segundo
O vento tocou minha pele -
Um vento daqueles gelados;
E por um instante
Senti tamanha fragilidade.
Eu quis chorar,
Mas não me sinto em casa em minha própria casa.
Me sinto um refugiado vivendo de favores,
Se obrigando a ficar, sem opções para sair.
Corri para meu quarto.
Corri como se fosse me esconder,
Como se meu predador estivesse me alcançando.
Tranquei a porta,
Fechei cortinas,
Sentei na cama,
E encarei meus joelhos.
Nu.
Descoberto.
Frágil.
Só que não havia ninguém ali para me cobrir,
E dizer que ficaria tudo bem.
Não carrego sobre os ombros qualquer peso de culpa,
Já não me vejo como a vítima.
Ou talvez, na verdade eu veja.
Mas só gostaria de fugir.
Coloquei a cabeça sob a cama,
E fechei meus olhos,
Não pedi a Deus que me ajudasse,
Porque talvez Ele estivesse muito ocupado.
Fechei os olhos e respirei,
Disse para mim que daria um jeito,
Mas algo lá dentro queria gritar,
Só não gritei porque iriam ouvir.
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