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Foto do escritorMateus

Fragilidade

Saí do chuveiro, o corpo ainda molhado

Olhei para a janela e no mesmo segundo

O vento tocou minha pele -

Um vento daqueles gelados;

 

E por um instante

Senti tamanha fragilidade.

 

Eu quis chorar,

Mas não me sinto em casa em minha própria casa.

Me sinto um refugiado vivendo de favores,

Se obrigando a ficar, sem opções para sair.

 

Corri para meu quarto.

Corri como se fosse me esconder,

Como se meu predador estivesse me alcançando.

 

Tranquei a porta,

Fechei cortinas,

Sentei na cama,

E encarei meus joelhos.

 

Nu.

Descoberto.

Frágil.

Só que não havia ninguém ali para me cobrir,

E dizer que ficaria tudo bem.

 

Não carrego sobre os ombros qualquer peso de culpa,

Já não me vejo como a vítima.

Ou talvez, na verdade eu veja.

Mas só gostaria de fugir.

 

Coloquei a cabeça sob a cama,

E fechei meus olhos,

Não pedi a Deus que me ajudasse,

Porque talvez Ele estivesse muito ocupado.

 

Fechei os olhos e respirei,

Disse para mim que daria um jeito,

Mas algo lá dentro queria gritar,

Só não gritei porque iriam ouvir.

 

 

 

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