Cartas ao Futuro

O vento sussurrava segredos silenciosos, revelando meu destino de forma gélida e serena.

Suas camadas de verdades se entrelaçavam como linhas do tempo,

Mas percebi que a exatidão estava além do seu alcance.

Escolhi seguir as vozes calorosas do coração, alegremente excitantes,

Que diziam o que desejava ouvir,

Só que soavam incertas e perigosas.

Recorri à apatia da razão, e me submeti às regras do intelecto.

No final, entendi que toda certeza estava moldada pelo viés de quem a determinava.

Então, do alto da montanha, onde o vento cantava suavemente,

Me entreguei.

Enquanto caía e mergulhava nas nuvens da manhã, compreendi que não iria voar.

No fundo, esperava percorrer os céus como uma águia.

Por mais estupido que seja, sempre acreditamos que o impossível é possível conosco.

Não voei.

Isso sim era de se esperar.

No entanto, antes do meu corpo abraçar a terra fria,

De forma irônica,

Percebi que não havia destino nenhum a prever, exceto o que sonhava em ter.