Bem aqui. Algum lugar.
Me chame pelo nome,
Não o conhecido, mas o sussurrado em teus ouvidos.
Venha para saciar minha fome,
Decifre meus segredos enquanto teus olhos me consomem.
Olhe para dentro, veja-se no deserto, nas ardentes areias que queimam os meus pés.
Observe como é inquietante o anseio por respostas, mas ainda sedutor o desejo pelo que é incerto.
O Sol me incendeia e queima minha carne. Em ossos fico exposto, em nada já me resto.
Fique nu a céu aberto, e desnude os seus medos, erguendo o teu cedro.
Julgue e condene, prometa estar perto, meu sagrado está no fogo, mas fluo como o Nilo no deserto.
Sua tempestade é minha cheia, suas gotas fertilidade.
No horizonte, além das dunas,
O manto que te cobre, e oculta teu rosto, é o mesmo que protege a semente em teus braços.
Refaça o caminho, toque as paredes invisíveis, guiando essa história com suavidade no declínio.
Note que o em breve o Sol já partirá, o tempo tudo transforma, a areia engole os passos.
Das cinzas que voam com o vento, reergo-me acompanhado de orquídeas, sem pétalas ou cerdas.
Transcendo o consciente, tornando-me tudo e nada.
Sou mais do que promessas, anseio mais que intentos.
Exponho-me à oratória da culpa e do erro, moldando quem sou hoje.
Arrisco minha imagem pela única verdade: beber da minha essência.
A paixão que é senciente também é agradável,
Mas no jogo "agora ou nunca", seja coragem, tenha verdade.
Semeie os caminhos já traçados pelos lábios que ecoam palavras doces e férteis.
Lágrimas escorrem, que regam o solo seco e amargo do rosto apagado.
Recomponha-se, deixe que as verdadeiras palavras o vestirão, como mel que escorre da boca do insaciável.
Cante meu nome,
Como se ecoasse em teus sonhos.
Pegue a agulha de ouro e prata, venha e costure,
Mergulhe-a em mel também em flor de hibisco, nutrindo o desejo na tua mesa já exposta.
Não me oponho ao teu doce, nem ao teu fel me recuso.
O que mais há de se fazer?
Nas paredes do meu quarto, rompo o véu da noite, além do improvável.
Vou ao teu encontro na escura madrugada, molhando teus lábios com serenidade e afoiteza.
A desconfiança em teus olhos soa como alerta, mas o calor da pele é abstração da beleza.
Juro-te algumas canções, ofereço-te pertencimento.
Sinto o possível recuar por orgulho e sentimento, mas agora estamos dentro, mais rápido que lento.
Desenhe meu nome,
Como um sigilo.
Levante-me pelos montes, proteja-me do perigo.
Fale sobre verdades há anos escondidas.
Restaure confiança outrora já perdida.
A pele exala incenso, o campo cheira a jasmim.
Semeie a semente que está adormecida.
Bem aqui, algum lugar, renascerá em mim.
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